No próximo dia 18 de Agosto perfaz 25 anos (1986) que transpus, obrigado, os portões do «calhau» de Mafra para ingressar na Escola Prática de Infantaria.
A obrigatoriedade de cumprir o Serviço Militar (SMO), no Curso Geral de Milicianos (CGM), fez com que só abandonasse Mafra uns dias antes do Natal, após terminado o Curso de Oficiais Milicianos (COM).
Lembro esta efeméride a propósito dos tristes acontecimentos que actualmente ocorrem nos arredores de Londres e que ameaçam alastrar a outras grandes urbes inglesas. Dei comigo a pensar na falta de perspectivas daqueles agregados de jovens desordeiros, crianças feitas marginais da noite inglesa, elas que deveriam estar em casa na companhia das suas famílias.
Tudo isto me trouxe as imagens do meu SMO, no quanto me custou ingressar em Mafra, após ter andado um ano a laurear a pevide, mas reflecti sobretudo nas vantagens que este período teve na passagem da minha juventude à idade adulta, no tal rito de passagem, que na altura tanto se apregoava.
Hoje concordo que a tropa do meu tempo representava uma escola de valores morais, de patriotismo, de hábitos de disciplina, de autoridade e cadeia de comando, sentido de responsabilidade e de luta pelos interesses da comunidade geral, do elogio da camaradagem (lembro a celebre frase, “colegas são as putas”).
O serviço militar obrigatório era uma verdadeira escola de formação pessoal e cívica.
Confesso que os acontecimentos de Londres me fizeram matutar nestas questões: terá o fim do serviço militar obrigatório contribuído para esta falta de valores e de expectativas de vida futura que estes jovens ostentam nas suas arruaceiras atitudes? Com o fim do SMO, que decorreu da lógica dos tempos, não teremos entrado no caminho do facilitismo?
Claro que hoje não há condições, nem eu proclamo, o regresso do serviço militar obrigatório, mas interrogo-me se o mesmo existisse os jovens ingleses andariam naquele alvoroço a destruir a propriedade alheia.
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